Platao X Aristoteles Mundo Das Ideias E Mundo Sensivel Filosofia

Vídeo misterioso do dia: youtu.be/lM1YNBYkeps ( ͡° ͜ʖ ͡°)

No entendimento de Platão, o mundo material – aquele que percebemos pelos cinco sentidos – é enganoso. nele tudo é instável e por meio dele não pode haver felicidade. Por isso, para esse filósofo, o caminho da felicidade é o do abandono das ilusões dos sentidos em direção ao mundo das ideias, até alcançar o conhecimento supremo da realidade, correspondente à ideia do bem.

Platão considerou que Heráclito tinha razão no que se refere ao mundo material ou físico, isto é, ao mundo dos seres corporais, pois a matéria está sujeita a mudanças contínuas e a oposições internas. Esse mundo, que conhecemos por meio de nossas sensações, percepções e opiniões, é chamado mundo sensível por Platão, e nele há o devir permanente.
No entanto, dizia Platão, o mundo sensível é uma aparência (é o mundo dos prisioneiros do Mito da Caverna), é uma cópia ou sombra do mundo verdadeiro e real; nesse sentido, Parmênides é quem tem razão.

O mundo verdadeiro é o das essências imutáveis, portanto, sem contradições nem oposições, sem transformação, onde nenhum ser passa para o seu contraditório. Segundo Platão, esse mundo das essências ou das ideias é o mundo inteligível.

Aristóteles, por sua vez, segue uma via diferente da escolhida por Platão. Considera desnecessário separar a realidade e a aparência em dois mundos (há um único mundo no
qual existem essências e aparência) e não aceita que a mudança ou o devir seja mera aparência ilusória. Há seres cuja essência é mutável e há seres cuja essência é imutável. Porém, Heráclito errou ao supor que a mudança se realiza sob a forma da contradição, isto
é, que as coisas se transformam nos seus opostos. A mudança ou transformação é a maneira pela qual as coisas realizam todas as potencialidades contidas em sua essência, e esta não é contraditória, mas uma identidade que o pensamento pode conhecer. Assim, por exemplo, quando a criança se torna adulta ou quando a semente se torna árvore, nenhuma delas tornou-se contrária a si mesma, mas desenvolveu uma potencialidade definida pela identidade própria de sua essência.

A interpretação do mundo de Platão baseava-se em um dualismo entre mundo material e inteligível. O conhecimento, para este filósofo, encontrava-se apenas neste mundo inteligível, que está fora da materialidade e da realidade mundana.

Aristóteles discordava de Platão, afirmando que é possível alcançar verdades no mundo material, dado que este é uma extensão do mundo inteligível, e não outra coisa. Os mundos de Platão, portanto, eram um mundo só, segundo seu aluno Aristóteles.

Platão interpretava o mundo a partir de seu dualismo (mundo material e mundo inteligível), onde o verdadeiro conhecimento estava no mundo inteligível. Já Aristóteles rejeita a teoria de Platão, afirma que se o mundo material é uma espécie de extensão do mundo inteligível, logo trata-se então de apenas um mundo. Aristóteles rejeita a interpretação platônica e afirma que o conhecimento é o resultado de nossas experiências sensoriais (empirismo).

Na pintura Escola de Atenas (1510-1512) de Rafael, Platão é representado apontando para o alto, talvez querendo indicar o mundo das ideias. Por sua vez, Aristóteles está com a mão a meia altura e espalmada para baixo, parecendo mostrar sua preferência pela moderação no plano ético e
pelo estudo da natureza.